domingo, 22 de fevereiro de 2009

RACIONALIZAÇÃO


É um processo pelo qual o indivíduo busca justificar quaisquer pensamentos, sentimentos ou ações que julgou inaceitáveis, mediante motivos justos aparentes que são mais toleráveis do que os verdadeiros.

As razões reais de sua conduta são mascaradas por alegações falsas.
A pessoa não admite que aquela ação que ela quer realizar é errada, embora em sua consciência isso esteja bem claro.
Apesar disso, assume a máscara egóica da racionalização.


Por exemplo: uma pessoa que explora uma empregada doméstica que recebe um salário baixo, não podendo suportar a angústia de se perceber como exploradora da outra, justifica a sua atitude dizendo:
"Ela é muito incompetente e não merece ganhar mais do que isso", "Se fosse trabalhar na casa de outra pessoa, ela ganharia menos, porque é muito burra".

Outro exemplo é a vontade de pratcar a eutanásia em um parente terminal, sob a alegação de que é mais humano, pois evitaria o sofrimento daquela pessoa. Na verdade busca-se encobrir, com essas alegações, pretensamente humanitárias, os próprios sentimentos contrários à permanência daquele parente, pois ele gera muito trabalho e angústia.

Outro fato muito comum, inclusive reforçado por alguns terapeutas, é a prática de se colocar para fora todos os sentimentos de revolta, raiva, cólera em cima das pessoas e que são racionalizados como algo terapêutico, necessário, para se liberar do estresse.
Na realidade, ninguém tem o direito de "vomitar" os seus desequilíbrios em cima dos outros, devendo, antes de tudo, examinar as causas pelas quais está sentindo tudo aquilo para poder transmutar os sentimentos, sem fazer mal a si mesmo, "engolindo" a raiva e a cólera, ou aos outros "vomitando-as", pois esses sentimentos, sendo uma energia, saem de nós e retornam para nós e todos acabam ficando mal com isso.


Esse mecanismo de fuga torna-se um desequilíbrio psicológico grave, se continuamente utilizado, pois ninguém pode mudar um mal em bem, apenas porque se recusa a aceitar conscientemente esse mal, que deve ser trabalhado a fim de ser transmutado, ao invés de ser ignorado, ou justificado, através da racionalização.
A continuidade desse processo culmina na perda do sentido existencial.


Fonte: livro SAÚDE ESPIRITUAL, de Alírio de Cerqueira Filho

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