sábado, 21 de novembro de 2009

SABEDORIA

“Melhor do que o ouro é adquirir sabedoria, e adquirir
discernimento é melhor do que a prata”
(Salomão – Provérbios, 16:16)

Por Claudio Fajardo

É de todos os tempos a luta do homem pela melhoria de sua vida e pela conquista da felicidade. No princípio, o instinto de sobrevivência o fazia demarcar territórios onde já desde aquela época, sonhava em construir seu ninho doméstico e conquistar em família a tão almejada paz.
Todavia, a morte ou a enfermidade daqueles que lhe eram afins, a falta de recursos para superar as intempéries da natureza, além de outras dificuldades que encontrava para dominar o desconhecido, que sempre o apavorava, eram grandes desafios que necessitavam ser por ele vencidos a fim de poder alcançar o objetivo que o impingia sempre à frente.
O tempo se passava e pouco a pouco, e ele mesmo desobstruía seu caminho em favor de mais conforto e progresso com novas conquistas no campo da ciência.

Hoje, com a evolução da tecnologia, da informação e da ciência, que vão a ritmos acelerados, pode-se dizer que quase não há limites para o homem do terceiro milênio.
Cada dia que passa, porém, apesar do domínio de várias enfermidades, da inexistência da distância entre os elementos que se gostam e do total conforto que reina em favor da comodidade do homem, cresce no mesmo ritmo o aparecimento das angústias, da depressão e da ânsia de harmonia na intimidade das criaturas.
Por que isso se dá?
Tal sentimento não é um paradoxo se analisarmos as enormes
possibilidades da humanidade?
Teria o homem errado o alvo?
Parece que sim,
e a causa está em que busca ele fora o que só poderia encontrar dentro de si.

ENTENDER, CULTIVAR, ALIMENTAR
A ânsia do ouro, da prata, do poder, entre outras, foram as motivações primeiras que levaram o homem a vencer grandes obstáculos, porém, a ser derrotado por si mesmo. Grandes conquistas foram feitas, e isso é muito bom, e até natural; todavia, e o cuidado pela edificação de si mesmo, por onde andou? Domina-se o espaço, a natureza e, em muitos casos, até as enfermidades; porém, é-se escravo das posses, dos desejos e da aparência.
Diz o livro sagrado: “Melhor do que o ouro é adquirir sabedoria”.
Que sabedoria é essa, senão o conhecimento de si mesmo?
Ou ainda, a vivência prática pelo menos daquilo que já se conhece?
Disse o Cristo há dois mil anos: Ame! Contudo, o castelo do egoísmo cresce a cada dia.
O homem grita: “Odeio a guerra, amo a paz”, porém, alimenta a primeira e destrói a segunda, na intimidade do próprio irmão.

Há luta pelo ouro; e a sabedoria, o que é isso? Não se sabe, nem se procura saber.
Complementa o texto de Salomão: “Adquirir discernimento é melhor do que a prata”; no entanto, quanta luta, quanta destruição, quantos aleijados,
simplesmente por que não se aplicou a compreensão.
Paremos um pouco, meditemos, como poderia mudar a vida de cada um de nós se esta palavrinha – discernimento -, fosse aplicada em nosso dia-a-dia.
Estaria extinta a mágoa, e com esta a vingança. Entenderia-se o anseio do próximo, findaria a guerra. Cultivaria-se a fraternidade, alimentaria-se o amor.
Discernimento, gênese da felicidade.

Conquista que nem o ouro, nem a prata aproximaram de nós...
Portanto, escutemos o verbo que soa nos convidando:
“Quem guarda o mandamento guarda a vida, quem despreza os seus caminhos morrerá”. (Salomão – Provérbios, 19:16)

Cláudio Fajardo é escritor com quatro títulos publicados:
Jesus Terapeuta, vols I e II; O Sermão do Monte; e Sermão Profético.
Este texto faz parte de seu próximo lançamento, o livro Seja Feliz.

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